Após a morte do técnico de basquete, cinco amigos se reúnem muitos anos depois em prol de reviverem os momentos de amizade e seus anos de jogadores no colégio. Todos obviamente mudados, porém nos mostram que o tempo passa, constituímos famílias e as obrigações e afazeres tomam conta da nossa consciência, mas se fizermos algum esforço podemos voltar as nossas essências.
Tomo como exemplo aqui o livro “O Clube do Filme”, de David Gilmour, onde um pai resolve ensinar seu filho que já estava “se perdendo”, que através do cinema, assistindo filmes e mais filmes sugeridos por ele pode-se provar para todos que o cinema nos da ensinamentos para toda a vida. Lembro esse livro pois Gente Grande, dirigido por Dannis Dugan (O Paizão, Eu os Declaro Marido e... Larry dentre outros) nos convida a refletir enquanto damos muitas rizadas de o quanto o tempo e a vida corrida de hoje nos transforma em pessoas sem compaixão, sem paciência e tolerância. Por vezes discutimos e criamos problemas de coisas tão simples que apenas pelo fato de não escutarmos o outro ou não nos colocarmos nos seus sapatos desencadeamos estresse e intrigas mais sérias ao longo dos nossos dias.
Dar um tempo. É isso que Gente Grande, escrito por Adam Sandler e Fred Wolf se atreve a nos ensinar. Mostra que nossos pais e tios quando reunidos são mesmo bobos e não tem medo de expressar isso. Mostra que o ser humano em grupo desce alguns níveis de compostura e decência e justamente por isso sobem em termos de relaxamento, conforto e por estarem nesta zona (de conforto ou literal) se sentem a vontade de confrontar suas falhas, ignorá-las e superá-las. Todo o elenco de Gente Grande é de primeira no quesito comédia. Destaque para Kevin James que mais uma vez rouba a cena com seu “timing” impecável de comédia. Basta você aguardar os primeiros segundos em que o seu personagem é apresentado para entender o que estou me referindo.
Agora o mais importante é que por vezes este estilo de comédia em meu ver é erroneamente taxada de “pastelão” e neste caso não tem como ser. É claro que comédia passa por momentos de desgraça alheia, sempre foi assim e sempre será assim. O que se vê nesta película é que por trás de tudo existe uma premissa que em nem um momento é deixada de lado. O de que com um pouco esforço em grupo se consegue reviver momentos entre “velhos” amigos, convidando os mais novos para provarem do estilo de vida passada, porém sem pressão. O que se nota normalmente nos tempos de hoje é o adulto se dirigindo aos mais novos reclamando o tempo todo de que “no meu tempo isso…” e “no meu tempo aquilo…” e não tentam compreender que não se força ninguém a viver a 20 anos atrás, não se tira da noite para o dia os confortos que a humanidade a cada ano evolui justamente ao nos prover. É com paciência dedicação e muuuuuuita criatividade. Se juntar e promover situações divertidas em grupo aos poucos vai trazendo os mais novos para participarem das tão taxadas “atividades chatas” ou “velhas”.
Sentimos que os atores todos estavam se divertindo de verdade. O elenco é genuinamente composto por grandes amigos, a prova é a participação coadjuvante de Steve Buscemi (Wiley), um dos mais talentosos e melhores atores que hollywood possui, contribui em um papel pequeno mas que nota-se a entrega de sempre e as cenas com ele valem o ingresso do cinema.
Por fim percebe-se que é um ótimo divertimento, mas sem deixar de ter um convite interessante por trás. Um convite para nos unirmos mais, seja com nossos amigos, familiares ou nossas raízes. Buscarmos escutar mais do que reclamar, compreender mais do que repreender. Este é mais um filme que nos trás SIM, Ótimos ensinamentos.
Assista ao trailer de Gente Grande (Grown Ups)