sexta-feira, 2 de abril de 2010

Crítica: Filhos do Paraíso

childrenofheavenposterc Muitas vezes o cinema é complicado e perde a beleza da simplicidade. Muitas vezes o cinema é simplório em demasia e perde em explorar algo mais. Bem no meio desses extremos encontram-se raras películas onde aquilo que pode parecer simples nos conquista revelando sua grandeza. “Filhos do Paraíso” é um filme maravilhoso por retratar a vida complicada de duas crianças e apenas um par de sapatos.

No filme o pequeno Ali perde os sapatos de sua irmã Zahra e ambos tem medo de contar a mãe doente e ao pai, um duro trabalhador. A pobreza é retratada de maneira realista e sem estereótipos, fator pontual para a película apresentar uma estória simples e que consegue nos tocar. Ao revezarem o mesmo par de sapatos os irmãos lutam contra o tempo, pois estudam em turnos distintos e o garoto a tarde sempre chega atrasado no colégio, complicando seu aprendizado. As complicações que eles enfrentam contribuem para dar uma emoção a mais na trama.

O companheirismo apresentado por esses belos irmãos deveria servir de exemplo para muitas famílias que brigam por besteira. Pode soar piegas, mas as crianças de “Filhos do Paraíso” nos ensinam muitas coisas.

O renomado diretor iraniano Majid Majidi conduz a trama de forma muito bem dosada. As escolhas de ângulos são cuidadosos e criam cenas belíssimas como a corrida do jovem Ali em busca do terceiro lugar e os peixes sarando seus pés calejados. É pura poesia em cena. “Filhos do Paraíso" é o melhor do cinema iraniano. Vale lembrar que a película foi indicada ao OSCAR de 1999 na categoria melhor filme estrangeiro e concorreu com “Central do Brasil” e o vencedor “A Vida É Bela”.

Ficha Técnica

Título Original: (Bacheha-Ye aseman)

Lançamento: Agosto, 1997.

Produção: Amir Esfandiari, Mohammad Esfandiari.

Direção: Majid Majidi.

Roteiro: Majid Majidi.

Atores: Amir Farrokh Hashemian,Bahare Seddiqi.

País: Irã.

Língua: Persa.

Duração: 89 min.

Gênero: Drama, Aventura.

Cena

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