quinta-feira, 25 de março de 2010

Dia 08

Hoje foi o primeiro dia em que nós do curso apenas assistimos a um filme com o propósito posterior de debater a respeito dos aspectos técnicos e gerais da película. Além do debate ficou definido também a idéia de criarmos em casa uma crítica escrita do filme. No nono dia, antes da exibição da próxima película leremos em classe algumas críticas.
O filme escolhido foi “Os Brutos Também Amam” de 1953.
Crítica:

45 SHANE (1953) Em “Os Brutos Também Amam” o gênero Western nunca esteve tão poético. A idéia de que estes filmes eram machistas e até violentos se quebrou depois que o cowboy Shane apareceu em uma pequena cidade do interior americano. Shane buscava redenção. Ele procurava uma vida melhor para recomeçar e encontrou na família do colono humilde tudo aquilo que gostaria de ter um dia: uma bela esposa, uma terra aparentemente tranqüila e um filho doce e gentil. A fotografia que explora desde cenários externos reais se mistura de maneira discreta com os de estúdio nos transportando com realismo para o mundo do Western, não atoa o Oscar para melhor fotografia em 1953 ficou em boas mãos. Loyal Griggs tratou de apresentar uma película cuidadosa no quesito visual.
O roteiro baseado no livro de Jack Shaefer é brilhantemente construído de forma a re-caracterizar os personagens típicos do gênero, dando a cada um, um propósito e um objetivo. Desta forma não ficou definido os que eram maus apenas por serem maus, e sim que eles tinham seus argumentos. As mensagens de companheirismo e integridade do filme poderiam certamente cair no piegas caso não fossem escritas de forma contínua e com o devido cuidado ao longo de todo o filme.
Em algumas cenas a musica da época típica do interior americano contribuiu para nos sentirmos no lugar e tempo em que a estória é contada. Em "Os Brutos Também Amam” o diretor George Stevens conseguiu aproveitar muitos elementos cinematográficos à serviço de um roteiro muito bem construído. O resultado é um filme histórico em vários sentidos: político, ao levantar inteligentemente as questões das brigas por terras;social, retratando a forma como a ausência de um poder sensato levava a justiça da bala e cinematográfico; alterando um gênero do cinema que tinha como prioridade exaltar o machismo.
Por essas e outras razões esta película merece ser assistida novamente. Muitas cenas foram tão bem construídas que estão marcadas na história do cinema americano. Este é um caso raro em que a tradução de um título americano (Shane) retratou de forma precisa o espirito do filme: “Os Brutos Também Amam”.
Marcelo Lobo.

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